segunda-feira, 11 de outubro de 2010




Eu sou hipócrita e má, maltrato crianças e detesto animais. Carrego comigo o epicentro da destruição. Me acho bela, embora meu espelho tenha sido quebrado, sete anos de azar. Que a morte venha antes!
Não tenho religião, nem lar. Nasci do nada e dele me criei, mastigo a raiva, cuspo o amor. Pelo mundo foi adotada, renegada e entregue. Me dôo ao celibato, sou minha parceira de transa. Não respeito os velhos; para mim, são apenas pessoas perturbadas por demônios da lembranças. Nada mais. Dos chocolates, experimento os amargos, combinam mais comigo. Dos perfumes, uso os mais caros. Às vezes, me permito um gole de cada um, isso me ajuda a digerir uma noite monótona com pessoas comuns à minha volta. Mundo.
Elogiam meu vocabulário, desconhecem meus pensamentos chulos, gostam dos meus olhos, mas não enxergam o abismo que trago neles.
Não dou às minhas experiências o direito de zombar de meus erros. Eles são apenas meus e eu os estimo, os mimo, os faço protagonistas de mim.


Marina Ats

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