
Me deixe sair, me deixe sair sem saber pra onde ir. Eu não quero ver teu rosto, eu preciso me perder. Não venha enxugar minhas lágrimas, elas vão me lavar, elas são a chuva da minha alma seca e sob elas quero correr e brincar. Me solte, me deixe partir. Você me entregou a venda da ignorância e chegou a hora de usá-la. Não tente me impedir. Eu quero ficar no escuro, quero apreciar um arco-íris com estrelas e me embriagar com a confusão que você causou aqui. Não se preocupe em fazer mais uma cena bem interpretada para me convencer. Minha tevê está desligada e sua novela eu deixei de assistir, mesmo sendo escrita por mim. E não me acompanhe até à porta, não estou mais aí. Agora, queime esta carta e deixe que a fumaça das cinzas me encontre, só a ela revelei aonde estou.
Marina Ats
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